10.27.2010

Exame para carreira docente será aplicado a partir de 2011

Exame para carreira docente será aplicado a partir de 2011
Segunda-feira, 24 de maio de 2010 - 17:35
Portaria publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira, 24, institui o Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente. O exame, que será realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), avaliará conhecimentos, competências e habilidades de profissionais que tenham concluído ou estejam concluindo cursos de formação inicial para a docência e que desejam ingressar na carreira do magistério. A primeira edição do exame, que é anual, se realizará em 2011.

O exame deverá subsidiar a contratação de docentes para a educação básica pelos governos estaduais e municipais. As secretarias de educação interessadas definirão a forma de utilização dos resultados do exame para fins de contratação de docentes.

A participação no exame é de caráter voluntário, mediante inscrição, e conferirá ao candidato um boletim de resultados, cujos dados somente poderão ser utilizados mediante autorização expressa do candidato.

O exame oferecerá, ainda, diagnóstico dos conhecimentos, competências e habilidades dos futuros professores para subsidiar as políticas públicas de formação continuada, e também para construir um indicador qualitativo que possa ser incorporado à avaliação de políticas públicas de formação inicial de docentes.

Assessoria de Imprensa do Inep

Leia mais sobre a Portaria.
Palavras-chave: Formação do professor, Exame de ingresso na carreira, Inep

Fonte: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=15475

10.13.2010

Máquina de camisinha ...nos corredores das escolas?

Máquinas de camisinha serão testadas em escolas de JP em 2011
As máquinas de distribuição de camisinhas vão começar a ser testadas em João Pessoa já a partir de 2011. A informação foi divulgada pela imprensa nacional no início desta semana.
De acordo com as informações divulgadas, as máquinas serão testadas em seis escolas de João Pessoa, Distrito Federal e Florianópolis (SC). Elas ficarão em corredores acessíveis aos alunos.
Com o início cada vez mais precoce da vida sexual, a distribuição de camisinhas tem aumentado nas escolas. Onze mil colégios entregam preservativos aos seus alunos.
O número é do censo escolar de 2008, ano mais recente em que o dado foi pesquisado, e corresponde a 9% das escolas públicas e privadas. Em 2005, o índice era de 6%.
Os preservativos são disponibilizados principalmente via um programa do governo federal criado em 2004, o Saúde e Prevenção na Escola. Cabe aos colégios decidirem se querem distribuí-los.
Segundo Ellen Zita, do departamento de DST e Aids do Ministério da Saúde, a forma de entrega varia nas escolas: há distribuição sistemática ou só em data especial, como o Dia de Luta contra a Aids.
No Centro Educacional nº 6, escola pública de Taguatinga (DF), a distribuição começou em 2001 com "vale camisinhas" que podiam ser trocados no posto de saúde.
O posto cuidava de muitas adolescentes grávidas. Quando os professores falavam com os jovens, a principal reclamação era a dificuldade de acesso à prevenção. A experiência foi considerada bem sucedida e atualmente há uma sala com camisinhas disponíveis sempre.
A coordenadora do projeto na escola, Sandra Freitas, diz que pais de alunos novos, no começo, reclamam por considerar o sistema um estímulo ao início da vida sexual, mas depois entendem. "O jovem quando quer ter a primeira relação vai ter com camisinha ou sem", diz a eles.
De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 30% dos alunos no 9º ano do ensino fundamental (antiga 8ª série) já tinham feito sexo.
Desses, 76% usaram preservativo na última relação.
Pesquisa da pasta da Saúde de 2008 mostra aumento no número de parceiros casuais em todas as idades e queda no uso de camisinha.
CAMPANHA EDUCATIVA
Para o psicólogo Antonio Carlos Egypto, do Grupo de Trabalho e Pesquisa em Orientação Sexual, a distribuição de preservativos nas escolas é positiva porque não adianta falar de métodos de prevenção sem garantir acesso a eles. Ele pondera que a medida deve vir acompanhada de processo educativo.
No ano que vem, serão testadas em seis escolas do Distrito Federal, Florianópolis (SC) e João Pessoa (PB) máquinas de camisinhas nas escolas, que ficarão acessíveis aos alunos. A partir da avaliação da experiência, o projeto poderá ser estendido a outros colégios. O objetivo é ampliar a presença das máquinas, comuns em outros países não só em escolas mas também em bares e casas noturnas.

10.06.2010

Notícia veiculada in :Último segundo (Sobre ENEM)

TRI: a teoria por trás do novo Enem
A metodologia permite aplicação de provas individualizadas e precisas. Mas especialistas criticam falta de interpretação das notas

Priscilla Borges, iG Brasília | 04/10/2010 07:00Mudar o tamanho da letra:A+A-
TRI. A pequena sigla se tornou popular nas falas, artigos e reportagens sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Ao contrário do que os desavisados podem pensar, ela nada tem a ver com o número três. Significa Teoria da Resposta ao Item. É a metodologia que dá suporte à elaboração e correção do novo modelo de provas do Enem desde o ano passado.

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Criada na década de 1950 nos Estados Unidos, a TRI envolve psicologia, estatística e informática. Os especialistas enumeram vantagens na sua utilização para elaboração de exames como o Enem: provas aplicadas em momentos diferentes podem ser comparadas, o conhecimento de cada aluno é avaliado de forma mais precisa e não há necessidade de aplicar as provas no mesmo dia para milhares de candidatos.

Essas mudanças em relação ao jeito clássico das avaliações – soma de acertos – são possíveis graças ao foco da teoria: o item. Quem elabora as questões precisa se preocupar em medir níveis de conhecimentos diferentes pelas perguntas. Em uma mesma prova, é importante que elas variem: sejam fáceis, medianas e difíceis. Além disso, esses itens têm de conseguir separar quem sabe o conteúdo de quem tenta acertar no chute.

“Há três parâmetros importantes considerados em cada item: o grau de dificuldade, a discriminação do item e o acerto casual”, afirma Dalton Francisco de Andrade, professor titular do Departamento de Informática e Estatística da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). “O modelo logístico da TRI calcula a probabilidade de um candidato acertar aquele item a partir do conhecimento que possui (dificuldade) e o conhecimento mínimo necessário para responder a questão (discriminação), e avalia o padrão de respostas do aluno na prova, para ter certeza de que ele não está acertando ao acaso”, define.

Para saber se os itens cumprem os requisitos, é preciso testá-los. Depois dos pré-testes, as questões podem ser eliminadas, reformuladas ou incorporadas a um banco de itens, que deve ser constantemente atualizado. A proposta do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) é construir um banco com milhares de itens. “Com isso, poderíamos fazer inúmeras provas distintas”, explica o presidente do Inep, Joaquim José Soares Neto.

As questões do Enem fazem parte do Banco Nacional de Itens, que reúne também outras avaliações aplicadas pelo Inep, como a Prova Brasil e o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja). Empresas são contratadas para criar os itens e aplicá-los em testes para estudantes de todo o País, que não sabem que estão "experimentando" perguntas de exames. Só este ano, o Inep contratou a aplicação de 100 mil provas. O Inep não divulga os detalhes desses processos.

Neto ressalta que a qualidade das provas, ao longo dos anos, pode variar. O que não muda, ele garante, é a capacidade de comparabilidade das avaliações por conta dos parâmetros adotados na seleção das questões. O objetivo é que o banco seja formado por itens cada vez melhor elaborados. Por isso, avaliadores do Inep estão passando por treinamentos com o professor Andrade, um dos maiores especialistas do País no tema.

“Quanto melhor o instrumento, mais precisa a medida. Quanto mais as pessoas forem aprendendo a teoria, melhor será o instrumento”, diz Andrade. No Brasil, a TRI começou a ser utilizada em avaliações em 1995. Naquele ano, ela foi incorporada ao Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB), instrumento que avalia a capacidade de leitura e escrita das crianças brasileiras.

Mudanças futuras

A informática foi fundamental para que os especialistas em TRI conseguissem colocar em prática as potencialidades teóricas da metodologia. Hoje, sistemas de computador sofisticados são utilizados para armazenar, classificar e elaborar os testes. A teoria permite, inclusive, que as provas elaboradas com base na TRI se tornem individualizadas, quando adaptadas para computador. É o caso da certificação de proficiência em inglês TOEFL. E esse é o futuro do Enem.

Neto lembra que os objetivos da mudança no modelo do Enem eram tornar os testes mais qualificados, comparáveis ao longo do tempo e, aos poucos, deixar de provocar a operação gigantesca atual. Mais de 4 milhões de estudantes têm de fazer o exame no mesmo dia, o que envolve milhares de pessoas trabalhando na aplicação e segurança dos testes e na correção dos mesmos. Avaliar a qualidade do ensino médio ainda não está nos planos. “O Enem é um exame voluntário e temos de tomar cuidado com isso”, destaca.



Foto: Arte iG / Ilustração: Gabriel Silveira
Inep estuda mudanças no exame


O Inep já estuda como adaptar o Enem para testes computacionais. Desse modo, a avaliação se adaptaria ao nível de conhecimento dos estudantes. A cada acerto de um item fácil, o estudante receberia o próximo com um nível de dificuldade um pouco maior ou, em caso de erro, um mais fácil. Para isso, o sistema precisa de um variado e numeroso banco de itens. “Esse é o futuro. É o jeito mais adequado”, afirma Rubem Klein, pós-doutor em estatística.

Críticas

Para os especialistas, o que falta agora é entender o que significam as notas do Enem. Por enquanto, professores e estudantes não conseguem compreender, a partir das médias, se os conceitos que alcançaram são bons ou ruins. Andrade explica que, em toda avaliação que utiliza a TRI, é preciso criar uma escala de medida, como em um termômetro. “A decisão é arbitrária mesmo, no sentido de que a gente precisa definir um ponto de partida. A partir daí, vamos fazendo as comparações”, diz.

Em 2009, o Inep definiu que o ponto de partida seria a nota 500. Essa foi a média obtida pelos concluintes que realizaram as provas objetivas. Mas não é possível saber se essa pontuação traduz que os estudantes demonstraram pouco ou muito conhecimento. “Agora, uma equipe de especialistas precisa analisar o nível dos itens acertados e errados e ponderar as notas. O Inep ainda está devendo isso”, ressalta Klein, que é consultor da Cesgranrio.

Segundo Andrade, assim como os alunos, os itens que fazem parte do arquivo do Enem ganham notas. Elas representam o quanto de conhecimento a questão exige do candidato para respondê-la. “Por isso podemos comparar provas diferentes e interpretá-las. Realmente, essa é uma demanda ainda não atendida pelo Inep”, diz. O presidente do instituto diz que o órgão está trabalhando nessa interpretação, que é prioridade. Em breve, ela será divulgada.