5.30.2011

Semana José Lins do Rego

Filmes inspirados na obra de José Lins do Rêgo são destaques na Semana Cultural
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Segunda-feira, 30 de maio de 2011 - 11h15

A obra do escritor paraibano José Lins do Rêgo não envelhece nunca. Passam os anos e seus escritos continuam vivos na memória do povo brasileiro. Até hoje, tem influenciado gerações de novos autores, despertado interesse de novos leitores e oferece rico material para cineastas de várias gerações.

A produção cinematográfica inspirada na obra do eterno “Menino de Engenho” é um dos destaques da Semana Cultural José Lins do Rego que a Fundação Espaço Cultural realiza em comemoração aos 110 anos de nascimento do seu patrono.

A programação de cinema da Semana Cultural traz como destaque uma mesa-redonda com o cineasta Vladmir Carvalho, com participações do documentarista Lúcio Vilar e o crítico literário Hildeberto Barbosa. O debate envolverá o tema “Literatura e Cinema”, na quarta-feira (1º de junho), às 16h30, no Cine Espaço Digital. Em seguida, às 18h, será exibido o filme “O Engenho de Zé Lins”, de Vladimir Carvalho.

Na quinta-feira (2 de junho), haverá exibição do filme “O Menino e a Bagaceira”, de Lúcio Vilar, no Espaço Cine Digital, às 18h. O documentário mostra a história de sucesso e decadência do ator Sávio Rolim, que na infância interpretou o protagonista do filme “Menino de Engenho”. Após a sessão, haverá conversa do diretor com o público presente.

Na sexta-feira (3 de junho), será exibido o filme “Menino de Engenho”, de Valter Lima Jr. A sessão será às 18h, no Espaço Cine Digital. No sábado (4 de junho), a produção será exibida no município de Pilar, terra natal do escritor.

No sábado, o Espaço Cine Digital realizará a Mostra de Cinema Zé Lins, com exibição em sequência dos filmes “O Engenho de Zé Lins”; “O Menino e a Bagaceira” e “Menino de Engenho”. A primeira sessão será às 17h.

Programação: Semana Cultural José Lins do Rêgo (cinema)

01 de junho – Quarta-feira

16h30 – Mesa com o cineasta Vladimir Carvalho. Tema: Literatura e Cinema. Participação do documentarista Lúcio Vilar e o crítico literário Hildeberto Barbosa.

18h – Exibição do filme “O Engenho de Zé Lins”, de Vladimir Carvalho. Local: Espaço Cine Digital.

02 de junho – Quinta-feira

18h – Exibição do filme “O Menino e a Bagaceira”, de Lúcio Vilar. Duração: 30 minutos. – Após a exibição, conversa do diretor com o público presente. Local: Espaço Cine Digital.

03 de junho – Sexta-feira


18h – Exibição do filme “Menino de Engenho”, de Walter Lima Jr. Ficção. Duração: 110 min. Local: Espaço Cine Digital.

04 de junho – Sábado


09h – Saudação ao homenageado na cidade de Pilar-PB, terra de nascimento de José Lins do Rego, com as seguintes atividades:

- Solenidade local com cantoria de Oliveira de Panelas.

– Apresentação do Grupo Folclórico Moleque Ricardo, de Pilar-PB.

- Apresentação da Quadrilha Cel. José Lins, de Pilar-PB.

- Exibição do filme “O Engenho de Zé Lins”, de Vladimir Carvalho.

17h – Mostra de Cinema Zé Lins. Exibição em sequência dos filmes “O Engenho de Zé Lins”; “O Menino e a Bagaceira”; e “Menino de Engenho”. Local: Espaço Cine Digital.

5.27.2011

Crítica de Ariano Suassuna sobre o forró atual

Crítica de Ariano Suassuna sobre o forró atual

‘Tem rapariga aí? Se tem, levante a mão!’. A maioria das moças, levanta a mão. Diante de uma platéia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, e todas bandas do gênero). As outras são ‘gaia’, ‘cabaré’, e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade. Pra uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá: Calcinha no chão (Caviar com Rapadura), Zé Priquito (Duquinha), Fiel à putaria (Felipão Forró Moral), Chefe do puteiro (Aviões do forró), Mulher roleira (Saia Rodada), Mulher roleira a resposta (Forró Real), Chico Rola (Bonde do Forró), Banho de língua (Solteirões do Forró), Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal), Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada), Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca), Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró), Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró). Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas. Porém o culpado desta ‘desculhambação’ não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando-se.

Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental. As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de ‘forró’, parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde.

Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado. Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo estético. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo. Aqui o que se autodenomina ‘forró estilizado’ continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem ‘rapariga na platéia’, alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é ‘É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!’, alguma coisa está muito doente. Sem esqu ecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.

Ariano Suassuna

José Lins do Rego

2011-05-27 - 15:42:09
Fonte: Agência de Notícias da UFPB
José Lins do Rego é homenageado pela TV UFPB

Obra do escritor paraibano, que completaria 109 anos na próxima semana, é avaliada pelo crítico Hildeberto Barbosa Filho no programa Fórum Ideias


Estamos experimentando uma redescoberta do valor literário do escritor José Lins do Rego. A avaliação é do poeta, crítico literário e professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Hildeberto Barbosa Filho. Ele participa do programa Fórum Ideias que a TV UFPB exibe nesta segunda-feira (30) em homenagem a José Lins, que na próxima semana faria 109 anos se estivesse vivo.

Hildeberto Barbosa lembrou durante o Programa que a obra do escritor paraibano tem uma perspectiva moderna e vem ganhando novas leituras a partir da valorização da produção ensaística que José Lins também investiu, sobretudo no campo esportivo.

Apresentado pelo sociólogo e também poeta Marcus Alves, o Fórum Ideias na homenagem a José Lins trata de temas como a relação entre o regionalismo e o modernismo, a linguagem e o estilo do autor de Fogo Morto e Menino de Engenho, que já ganhou a 100ª edição.

Durante o Fórum Ideias, Hilderbeto Barbosa lembrou que muitas vezes José Lins do Rego teve sua obra questionada ou mesmo “diminuída” em função de preconceitos regionais. Ele destacou, entre outras, coisas que o critério regional não deveria compor o quadro do julgamento estético literário. No Fórum foi debatida também a forte presença de uma “gramática imagética” nas obras de José Lins que já inspirou uma linha de filmes tanto no campo da ficção, como na área de documentários.

O Programa Fórum Ideias é exibido nas segundas, quartas e sextas-feiras, às 19h, e nas terças e quintas-feiras, às 12h30, no Canal 22 da Net

5.25.2011

A batalha da língua na guerra das culturas

A batalha da língua na guerra das culturas

BIBLIOTECA - ARTIGOS
Maria Alice Setubal*
Maurício Ernica**
Publicado no Estadao.edu

"O fato de um livro aprovado pelo Ministério da Educação (MEC) afirmar que é legítimo, sim, usar modos de falar populares reavivou antigas polêmicas. Como de hábito, várias vozes se levantam, a maioria contrária à posição do livro, e com muita frequência se manifestam com tom carregado de paixões.

Antes de tudo, antecipamos nosso ponto de vista: a escola deve assegurar aos alunos a aprendizagem da variante culta da língua portuguesa, que é a variante usada nos principais debates sobre as questões da vida pública, na produção científica e em grande parte de nossa produção cultural. No que diz respeito a esse objetivo, não se devem fazer concessões de espécie alguma.

Isso posto, cabe-nos dizer que o debate embola uma série de questões diferentes e seria produtivo se pudéssemos ter clareza sobre elas e discuti-las com alguma serenidade.

Primeiro: somos, ainda hoje, culturalmente reféns de uma gramática normativa e de um ideal de correção linguística muito distanciados da norma culta falada e escrita efetivamente praticada. Para ficarmos com uma ilustração simples: de acordo com a gramática normativa e os manuais de redação, deveríamos usar sempre o verbo gostar com a preposição de. Uma pesquisa realizada pelo linguista Carlos Alberto Faraco, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), mostra, porém, que jornais de grande circulação e peças de publicidade rompem com essa regra, escrevendo, por exemplo, do jeito que você gosta e não do jeito de que você gosta. Esse é um exemplo simples, mas usual. Todos temos a lembrança de aulas de gramática que nos mostravam que falamos uma língua errada. Na verdade, somos reféns de uma gramática normativa anacrônica e de uma idealização do que seria o modo correto de falar e de escrever, que não reconhece a validade e a adequação sequer da nossa variante culta escrita, tal como praticada de fato.

Segundo: não há uma língua portuguesa única, mas várias. A língua varia na história e nos grupos sociais. As variações não estão apenas no “sotaque” ou no vocabulário das regiões e grupos, estão também nas construções sintáticas. Muitos dizem os livro; há quem pergunte quer ficar aqui mais eu?. Os mineiros dizem estou apaixonado com, os cariocas, tu vai e, os paulistas que alguém aposentou (sem o se). São exemplos simples, mais uma vez. Não estamos falando dos desvios daquele que está aprendendo a língua e se arrisca em hipóteses equivocadas, mas sim de formas de longa duração e consagradas pelo uso. No confronto das variações, temos que o falar de uns é errado segundo as normas de outros. E aqui está um ponto importante: uma dessas variantes é a variante de prestígio, a variante usada pela imprensa, pela ciência, pelo Estado, por boa parte das artes; em suma, é a variante das práticas culturais letradas, a variante culta. A variante culta, mesmo não correspondendo exatamente à norma gramatical, torna-se medida do erro e do acerto das demais variantes. Ora, tomar o seu universo cultural como medida para avaliar a cultura do outro é... em linguagem simples, preconceito.

Terceiro: o desenvolvimento das capacidades de pensamento e raciocínio não está ligado às variantes linguísticas. Bem verdade que a apropriação da língua é o que permite aos seres humanos o desenvolvimento das funções psicológicas. Contudo, isso pode ser feito em qualquer variante linguística. Em suma, é possível ser néscio e obtuso em linguagem culta e ser muito inteligente em uma variante popular, com pouco prestígio, e vice-versa. Aliás, filosofar em alemão, inglês, francês ou russo, por exemplo, só foi possível porque em um dado momento as “línguas bárbaras” foram tomadas pelos filósofos como línguas para a prática da cultura letrada, desbancando o monopólio do velho latim.

Quarto: é importante que a escola reconheça a validade relativa das variantes linguísticas e, igualmente, a existência de uma variante culta. Para muitas crianças originárias dos diversos segmentos das camadas populares de nosso País, a língua da escola é uma língua estrangeira no sentido mais estrito do termo: é língua do outro. Ora, se essa variante, culta e prestigiosa, impõe-se como referência do falar certo, ela exerce, sim, sobre os falantes das outras variantes, uma forma de violência simbólica que nega a validade e a legitimidade do universo cultural dessas crianças e de suas famílias. O pacote só é vendido inteiro: negar a validade das variantes linguísticas é negar a diversidade cultural de nosso País e negar a cultura popular. Contudo, como afirmamos logo no início, é papel da escola ensinar e assegurar a aprendizagem da variante culta. Mas isso não precisa ser feito negando as demais. Pode ser feito, simplesmente, estimulando a existência de cidadãos capazes de falar múltiplas variantes, cidadãos “bilíngues” em sua própria língua.

Quinto: a transposição didática dessas questões teóricas é importante, mas não é uma tarefa simples, nem suficiente. Trata-se de algo que deve ser feito com cuidado, sob o risco de aumentar os mal entendidos. O livro didático deve falar para o aluno e para o professor, frequentemente pessoas que têm nele sua principal fonte de formação e informação. A escrita didática, assim como todas as formas de divulgação, inclusive a jornalística, é necessariamente simplificadora. E aí está o coração do desafio. Deve-se ser teoricamente consistente, devem-se explicitar com clareza e sem dubiedades os objetivos didáticos, em linguagem simples e acessível a um público amplo, muito maior que o público leitor dos jornais de grande circulação. Deve-se tentar ao máximo evitar o risco de ser mal entendido – no caso, de “autorizar” ou “incentivar” a escola a não ensinar a variante culta ou, ao contrário, reforçar os preconceitos contra as variantes lingüísticas populares e os estigmas que pesam sobre os alunos de meios desfavorecidos. É necessário reconhecer, então, que qualquer livro didático, por melhor que seja, possui seus limites. Um deles reside na adequada formação daqueles que os utilizam.

Por fim, cabe-nos reconhecer que as principais decisões sobre a qualidade da educação são de natureza política, mais que técnica. Envolvem disputas de poder sobre os aspectos de nossa cultura que julgamos legítimos e que queremos que sejam transmitidos às novas gerações. Em nosso caso, queremos um país culto e culturalmente diversificado, um país cujos cidadãos se apropriem das formas eruditas da cultura, mas que valorizem a riqueza de nossos legados culturais, inclusive aqueles que nos ligam de modo intenso e vivo ao rico e complexo universo da gente simples e da cultura inventiva de nosso povo."

*Presidente do conselho de administração do Cenpec
** Pesquisador do Cenpec

Publicado em 19/05/2011:
http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,artigo-a-batalha-da-lingua-na-guerra-das-culturas,720978,0.htm

5.19.2011

Coperve divulga calendário do PSS 2012

Coperve divulga calendário do PSS 2012

As inscrições para ingressar na UFPB poderão ser feitas no período de 17 de agosto a 4 de setembro pela internet


As datas do Processo Seletivo Seriado (PSS) 2012 da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) já estão confirmadas. De acordo com o Informativo 008/2011 da Comissão Permanente do Concurso Vestibular (Coperve), as inscrições começam no dia 17 de agosto e se prolongarão até 4 de setembro pela internet no endereço www.coperve.ufpb.br.

Pelo calendário da Coperve as inscrições poderão ser feitas da seguinte forma no PSS 2012: apenas para as provas do Processo Seletivo Seriado PSS 3 ( 3ª série), somente para candidato considerado apto nas provas do PSS 2 (2ª série) aplicadas em 2010, ou para o conjunto das provas das três séries (PSS 1, PSS 2 e PSS 3).

Conforme o Informativo da Coperve, as provas do Processo Seletivo Seriado 2012 da UFPB serão realizadas em três etapas: dia 20 de novembro - PSS 1; 21 de novembro - PSS 2 e finalmente nos dias 18 e 19 de dezembro as disciplinas das provas do PSS 3.

A Coperve está programando para o dia 25 de janeiro de 2012, a divulgação da primeira lista de classificados do Processo Seletivo Seriado 2012.

O calendário detalhado do PSS 2012 poderá ser conferido no endereço eletrônico www.coperve.ufpb.br. Outras informações pelo telefone (83) 3244-1580.

5.18.2011

Espaço Cultural realiza Semana Cultural Zé Lins

Quarta, 18 de Maio de 2011 - 20h06
Espaço Cultural realiza Semana Cultural Zé Lins


Entre os dias 31 de maio e 4 de junho, a Fundação Espaço Cultural da Paraíba realiza a Semana Cultural José Lins do Rego. A programação geral daserá composta de debates sobre o homenageado, apresentações musicais, de teatro, contação de histórias, exposições, cinema, oficinas e palestras, além da participação de atores ou grupos de artes cênicas para o Festival Zé Lins Encenado.
Os interessados em participar do Festival poderão se inscrever para apresentação de esquetes, performances ou qualquer natureza de interpretação cênica, individuais ou em grupos, que tenham de 5 a 10 minutos de duração a partir de interpretações inspiradas em obras do autor, sua biografia, curiosidades ou qualquer criação livre que tenha relação com José Lins do Rego.
Dentre os 30 trabalhos selecionados, 3 serão premiados, cada um com R$ 1.000,00.

Veja o edital completo e a ficha de inscrição no portal www.funesc.com.br
Augusto Magalhães

Inscrições/ENEM2011

Inscrições para o Enem começam nesta segunda
As inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) poderão ser feitas a partir das 10h desta segunda-feira (23), exclusivamente pela internet. O prazo termina às 23h59 do dia 10 de junho. O anúncio foi feito pela presidente do Inep, Malvina Tuttman, em entrevista coletiva em Brasília.
O exame ocorrerá nos dias 22 e 23 de outubro. Uma nova edição está marcada para os dias 28 e 29 de abril. A portaria com o edital do exame de outubro será publicada no Diário Oficial da União nesta quinta-feira (19).
"Nós teremos pelo menos duas edições por ano. A cada divulgação do edital do Enem, será editada uma portaria com as datas da edição seguinte", explica Malvina.
No edital, o Inep vai reafirmar o veto a pedidos de revisão ou vistas de provas, condicionado a uma manifestação oficial da Justiça. Segundo Malvina, os candidatos serão recomendados a fazer uma leitura prévia das instruções. "No edital não há um tempo definido mas há sim a recomendação expressa em benefício do candidato para que sejam lidas as instruções e preenchidos corretamente todos os cartões, e para que sejam conferidos os cadernos de prova que lhe são oferecidos", diz a presidente do Inep.
Também não será permitido ao candidato usar relógio, lápis e borracha.
A gráfica RR Donnelley Moore, a mesma de 2010, vai imprimir as provas do Enem. Para garantir a segurança da aplicação das provas e evitar o vazamento de dados, mais dois parceiros do Inep foram anunciados. A Módulo, empresa privada, fará o detalhamento da gestão de risco e o Inmetro atuará na certificação da gráfica, que é a mesma que prestou o serviço ao MEC no último ano. Ao mesmo tempo, o Centro de Seleção e Eventos da Universidade de Brasília (Cespe), continua responsável pela aplicação do exame.
Entre todos os processos necessários para a realização do exame, 400 mil pessoas estarão envolvidas, 12 mil locais serão usados, com 140 mil salas, em 1.599 municípios. Ainda acontecerão 6 mil escoltas policiais.
A previsão é aplicar a segunda edição do Enem de 2012 no mês de novembro, após as eleições municipais. "Gostaríamos que fosse em outubro, mas temos processo eleitoral e, neste sentido, possivelmente será em novembro de 2012", afirma a presidente do Inep.
Mais edições por ano
Malvina Tuttman disse ainda que o Inep planeja no futuro ter mais de duas edições do Enem por ano. Para isso, o MEC está cadastrando um banco de ítens com perguntas que podem ser usadas nas futuras provas. Os ítens serão formulados por professores de universidades públicas. "Quanto mais oportunidades nós tivermos de avaliarmos como nós estamos isso é fundamental. Este aumento com qualidade do banco de ítens será muito significativo, e podemos ter outras edições e outros formatos do Enem".
Vaga na universidade
O MEC deu início em 2009 a um projeto de substituição dos vestibulares tradicionais pelo Enem. A partir do resultado da prova, os alunos se inscrevem no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e podem pleitear vagas em instituições públicas de ensino superior de todo o país. No ano passado, foram ofertadas 83 mil vagas em 83 instituições, sendo 39 universidades federais.

Do G1

5.01.2011

A doença maldita

SUPERNOVA
Câncer surgiu há 1 bilhão de anos
Novo estudo sugere que doença se originou em formas de vida pré-históricas
por Salvador Nogueira e Bruno Garattoni
Cada vez mais gente tem câncer - segundo a Organização Mundial da Saúde, o número de casos vai crescer 50% até o final da década. Consequência do estilo de vida moderno. Mas um novo estudo sugere que o câncer, na verdade, pode ter origens remotas - em criaturas muito antigas, os metazoários, que existiram há aproximadamente 1 bilhão de anos.

Naquela época, as formas de vida mais sofisticadas eram meros agrupamentos de células, praticamente iguais e com o único objetivo de se reproduzir a qualquer custo. Esse comportamento é extremamente parecido com o dos tumores - cujas células apresentam pouca diferenciação de funções e se multiplicam de forma descontrolada. Os cientistas acreditam que, como o ser humano evoluiu a partir dos metazoários, o câncer é provocado por resíduos do DNA deles: fragmentos genéticos de 1 bilhão de anos atrás, que estão dentro das nossas células - e voltam à vida na forma de tumor. "O aparecimento de tumores no corpo é uma manifestação do metazoário que existe dentro de nós", diz o estudo, assinado por Paul Davis e Charles Lineweaver, da Universidade do Arizona e da Universidade Nacional da Austrália. A má notícia é que, se existe há 1 bilhão de anos, o câncer teve tempo para desenvolver táticas de sobrevivência. "Ele tem muitas habilidades, que não podem ser explicadas somente por sua eventual evolução dentro do corpo [do paciente]", diz Lineweaver. A boa notícia é que, desvendando a origem dos tumores, será possível enfrentá-los melhor. "Conhecendo as armas do inimigo, a batalha fica muito mais fácil."